O abacaxi (Ananas comosus) é uma fruta tropical nativa da América do Sul, mais especificamente da região entre o Brasil, Paraguai e norte da Argentina. Há registros de seu cultivo há mais de mil anos, sendo uma planta de grande importância para os povos indígenas que habitavam essas regiões. O nome “abacaxi” tem origem no termo tupi “ibákati”, que significa “fruta cheirosa”.
Os indígenas já conheciam bem a planta antes da chegada dos europeus. Cultivavam e consumiam o abacaxi tanto in natura quanto fermentado, e utilizavam também suas fibras e propriedades medicinais. Quando os colonizadores europeus chegaram ao continente americano, encontraram o abacaxi em ampla utilização, especialmente entre os povos tupis-guaranis, que foram fundamentais na sua disseminação inicial.
Cruzamentos e domesticação
Os povos indígenas da América do Sul foram responsáveis por selecionar e cruzar variedades de abacaxi, buscando frutas mais doces, menos fibrosas e com maior resistência ao clima e pragas. Com técnicas rudimentares mas eficazes, eles criaram diferentes cultivares da planta, adaptando-as ao uso alimentar e medicinal.
O abacaxi pertence à família Bromeliaceae e é uma planta perene, que cresce em forma de roseta. Ele se desenvolve a partir de uma inflorescência que, ao se compactar, dá origem ao fruto. Os indígenas também manipulavam o processo de reprodução por brotos laterais, contribuindo para sua propagação rápida e segura, sem depender apenas de sementes.
Características do abacaxi e difusão mundial
O abacaxi é uma fruta rica em vitaminas, especialmente vitamina C, além de conter bromelina, uma enzima com propriedades digestivas e anti-inflamatórias. Sua casca é espessa e espinhosa, enquanto sua polpa é suculenta, aromática e de sabor doce e levemente ácido. A planta cresce bem em regiões tropicais, com sol intenso e solo bem drenado.
A fruta conquistou os europeus desde os primeiros contatos. Cristóvão Colombo, em sua segunda viagem às Américas em 1493, levou exemplares do abacaxi para a Europa. Por volta do século XVI, a fruta já era cultivada em estufas em países como Espanha e Inglaterra, onde virou símbolo de status e exotismo.
A partir daí, o abacaxi foi introduzido em outras partes do mundo, como África e Ásia, por meio das rotas de navegação portuguesas e espanholas. No Havaí, tornou-se uma das principais culturas comerciais, especialmente no século XX, com a industrialização do seu cultivo e exportação em larga escala.
Brasil é produtor global
Hoje, o abacaxi é uma das frutas tropicais mais conhecidas e consumidas no mundo. O Brasil está entre os maiores produtores globais, seguido de países como Filipinas, Tailândia, Indonésia e Índia. Além de seu uso como fruta fresca, ele é amplamente aproveitado na produção de sucos, doces, compotas e até vinhos.
O percurso do abacaxi, desde sua origem indígena sul-americana até sua popularidade global, revela não apenas o poder da biodiversidade tropical, mas também a sabedoria ancestral dos povos originários que, com seus conhecimentos e práticas, contribuíram decisivamente para a domesticação e disseminação dessa fruta deliciosa.
