O Papa Francisco, 88 anos, está internado desde o dia 14 com pneumonia bilateral. Neste sábado, 22, o Vaticano informou que o pontífice teve uma crise respiratória asmática prolongada, precisou fazer transfusões de sangue e que seu quadro de saúde é crítico.

Caso o pontífice fique incapacitado de exercer suas funções, a responsabilidade pela administração da Igreja Católica e do Vaticano é do camerlengo, cargo atualmente ocupado pelo cardeal Kevin Joseph Farrell, nomeado pelo próprio Francisco em 14 de fevereiro de 2019.

O cardeal Kevin Joseph Farrell é irlandês nascido em Dublin e tem 77 anos. Ele estudou na Universidade de Salamanca, na Espanha, e em seguida na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

Depois, licenciou-se em Filosofia e Teologia na Pontifícia Universidade São Tomás de Aquino, em Roma, e mais tarde cursou mestrado em Administração de Empresas na Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos.

O atual camerlengo do Vaticano ingressou na carreira religiosa em 1966, por meio da Congregação dos Legionários de Cristo, e foi ordenado sacerdote em 24 de dezembro de 1978, no Vaticano, pelo cardeal Eduardo Francisco Pironio.

Foi capelão na Universidade de Monterrey, no México, e professor de Estudos Econômicos e responsável pelos seminários e escolas de Legionários de Cristo na Itália, Espanha e Irlanda.

O que faz um camerlengo?

A palavra camerlengo vem do latim medieval camarlingus, que, em tradução livre, significa “funcionário da câmara do soberano”.

O Camerlengo da Igreja Católica é o administrador da propriedade e receita da Santa Sé; suas responsabilidades incluem a administração fiscal do Patrimônio de São Pedro.

É responsabilidade do cardeal camerlengo a determinação formal da morte do Papa; o procedimento tradicional para essa situação se dava batendo um martelo de prata na cabeça do Papa em sua testa. Hoje o processo do martelo não é mais usado desde 1958.

Após a morte do papa

Esse ato simboliza o fim da autoridade do último Papa. O Camerlengo notifica então os oficias apropriados da Cúria Romana e o Decano do Colégio dos Cardeais. Depois, ele começa os preparativos para o conclave e o funeral do Papa.

Até que o sucessor do Papa seja escolhido, o Cardeal Camerlengo serve como o Chefe de Estado atuante do Vaticano. Não é, entretanto, responsável pelo governo da Igreja Católica durante a sede vacante, sendo portanto impossibilitado de tomar ações próprias do Sucessor de Pedro, como por exemplo, escrever encíclicas, criar ou unir dioceses, nomear bispos.

Após o Papa ser declarado morto, o Camerlengo remove o Anel do Pescador do seu dedo e o corta com uma grande tesoura na presença dos demais Cardeais, e também destrói a face do selo do Papa com o Martelo de Prata.