O filme ‘Ainda Estou Aqui’, estrelado por Fernanda Torres e dirigido por Walter Salles, recebeu o Oscar de Melhor Filme Internacional, neste domingo (02/03), em cerimônia no Dolby Theatre, em Hollywood Boulevard, Los Angeles.

Nesta categoria, o filme disputou com Emília Pérez (França), Flow (Letônia), A Semente do Fruto Sagrado (Alemanha) e A Garota da Agulha (Dinamarca).

O diretor Walter Salles dedicou a conquista à Eunice Paiva:

“Obrigado, em primeiro lugar, em nome do cinema brasileiro, em um grupo tão fantástico de cineastas. Eu dedico esse prêmio a uma mulher que, depois de uma perda durante a ditadura, decidiu não se curvar e resistir. Esse prêmio é dedicado à Eunice Paiva. E eu dedico esse prêmio às duas mulheres extraordinárias que deram vida à ela: Fernanda Torres e Fernanda Montenegro”.

‘Ainda Estou Aqui’ conta a história de Eunice Paiva

Símbolo da luta contra a ditadura militar, Eunice Paiva teve papel central na busca por informações sobre o paradeiro de seu marido, o deputado Rubens Paiva, desaparecido político depois de ter sido preso, torturado e assassinado nos porões do DOI-CODI no Rio de Janeiro em janeiro de 1971.

Na mesma ocasião, Eunice foi presa junto à filha Eliana, então com 15 anos, e levada também às dependências do DOI-CODI carioca. Eliana permaneceu presa por 24 horas no local, Eunice por 12 dias, sendo interrogada.

Após a libertação, passou a exigir a verdade sobre o marido, e com a informação de que ele havia sido assassinado, reivindicou o reconhecimento de sua morte e a revelação de onde o corpo estaria enterrado (o que jamais descobriu), para que lhe pudesse prestar as honrarias fúnebres.