Durante a segunda votação desta quinta-feira (08/05), os cardeais escolheram o nome do novo Papa. É o Cardeal Robert Francis Prevost com o nome de Leão XIV. Este é o 267º pontífice da Igreja Católica, que também terá o título de Bispo de Roma e Vigário de Cristo, e é o primeiro papa de nacionalidade americana.
Após a nomeação oficial, tornada pública pela fumaça branca que surgiu na Praça de São Pedro às 18h07, no final do segundo dia do Conclave , e que reuniu os fiéis do mundo inteiro que vieram a Roma para conhecer o novo Pontífice, o recém-eleito Papa enfrentou o mesmo processo pelo qual seus antecessores também passaram.
Para eleger Bento XVI foram necessários 2 dias e 4 votos, como neste caso, enquanto para Francisco foram necessários 2 dias e 5 votos. Nas primeiras 34 votações, é necessária uma maioria de dois terços para ser eleito, e não há limite para o número de candidatos. “ A paz esteja com todos vocês ”, foram suas primeiras palavras.
Quem é Robert Prevost?
Nascido em Chicago em 14 de setembro de 1955, Robert Francis Prevost foi um dos homens de confiança do Papa Francisco para a delicada tarefa de identificar e acompanhar os pastores da Igreja universal. Agostiniano, missionário no Peru, professor, superior geral, bispo e finalmente cardeal: seu caminho combina competência acadêmica, experiência pastoral e capacidade de governo.
Teólogo, canonista, educador, superior, missionário, pastor e depois prefeito: o itinerário de Robert Francis Prevost reflete a visão de uma Igreja missionária e sinodal. Do coração dos Estados Unidos às periferias do Peru, aos palácios apostólicos de Roma, o novo cardeal continua a combinar sua paixão pelo Evangelho com a atenção às pessoas, acompanhando bispos e fiéis no que ele gosta de chamar de “serviço de comunhão”.
No dia 1º de maio, antes do conclave, o HiperHistória publicou em seu canal no YouTube um breve perfil do então cardeal Robert Prevost.
As raízes agostinianas
Depois de entrar no noviciado da Ordem de Santo Agostinho (Província Nossa Senhora do Bom Conselho, Saint Louis) em 1977, Prevost fez sua profissão solene em 29 de agosto de 1981. Durante o mesmo período, ele se formou em Teologia pela Catholic Theological Union em Chicago. Aos 27 anos, a Ordem o enviou a Roma para se especializar em Direito Canônico na Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, onde obteve a licenciatura (1984) e o doutorado (1987) com uma tese sobre o papel do prior local na Ordem Agostiniana.
Missionário no Peru
Ordenado sacerdote em 19 de junho de 1982, entre 1985 e 1986 serviu na missão de Chulucanas, no norte do Peru. Em 1988, foi chamado a Trujillo para iniciar um programa de formação conjunta para os jovens agostinianos dos vicariatos de Chulucanas, Iquitos e Apurímac. Durante uma década ocupou vários cargos: prior da comunidade, responsável pela formação, professor de Direito Canônico, Patrística e Moral no seminário maior “San Carlos y San Marcelo”, além de vigário judicial da arquidiocese de Trujillo (1989-1998).
Do guia da província ao guia da Ordem
Em 1999, ele foi eleito prior provincial em Chicago. Poucos anos depois, no Capítulo Geral de 2001, os irmãos o escolheram prior geral dos agostinianos, cargo que ocupou por dois mandatos, até 2013. De volta à sua província de origem, dedicou-se à formação dos jovens professos e desempenhou o papel de vigário provincial.
Bispo Missionário
Em 3 de novembro de 2014, o Papa Francisco o nomeou administrador apostólico de Chiclayo, conferindo-lhe a dignidade episcopal com o título de Sufar. Ele recebeu a ordenação em 12 de dezembro, na catedral de Chiclayo, e em 26 de setembro de 2015 tornou-se bispo residencial. No país andino, ele também exerce o cargo de segundo vice-presidente da Conferência Episcopal Peruana (2018) e, em 2020, administrador apostólico de Callao.
Entrada nos órgãos do Vaticano
Já consultor da Congregação para o Clero (2019) e depois da Congregação para os Bispos (2020), Prevost foi chamado em 30 de janeiro de 2023 para suceder o Cardeal Marc Ouellet como Prefeito do novo Dicastério para os Bispos e, ao mesmo tempo, como Presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina.
O cardinalato
No consistório de 30 de setembro de 2023, Francisco o criou Cardeal Diácono de Santa Mônica. Poucos meses depois, em 6 de fevereiro de 2025, ele o promoveu à Ordem dos Bispos, atribuindo-lhe o título de Igreja Suburbana de Albano.
