José de Nazaré é uma das figuras mais importantes do cristianismo, conhecido como o esposo de Maria e pai adotivo de Jesus Cristo. Apesar de sua presença discreta nos evangelhos, sua história desempenha um papel essencial na narrativa bíblica.
Trabalhador humilde e temente a Deus, José foi escolhido para proteger e guiar a família sagrada, demonstrando obediência e coragem ao aceitar Maria e criar Jesus como seu filho.
A descendência de Davi
Uma questão frequentemente discutida é a linhagem de José. Os evangelhos de Mateus e Lucas traçam sua genealogia até o rei Davi, estabelecendo que Jesus, por meio de José, teria uma ligação legal com a casa real de Israel.
No Evangelho de Mateus (1:1-16), a genealogia segue por Salomão, filho de Davi, enquanto Lucas (3:23-38) apresenta outra linhagem, possivelmente a de Maria. Essa conexão com Davi é fundamental, pois cumpre as profecias messiânicas do Antigo Testamento.
Vestígios históricos de José
Diferente de outras figuras históricas, José de Nazaré tem poucos vestígios fora dos relatos bíblicos. Nenhum documento romano ou judaico da época menciona sua existência, o que é compreensível, considerando sua condição de carpinteiro em uma cidade pequena.
A Bíblia menciona São José principalmente nos Evangelhos de Mateus e Lucas, apresentando-o como o esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Aqui estão alguns pontos-chave sobre ele:
- José era um homem justo e temente a Deus
Mateus 1:19 o descreve como um “homem justo”, indicando sua retidão e obediência à Lei de Deus. Ao descobrir que Maria estava grávida antes de viverem juntos, ele planejou divorciar-se dela em segredo para protegê-la de possíveis punições. - Ele recebeu revelações divinas em sonhos
- José era carpinteiro
Marcos 6:3 e Mateus 13:55 mencionam Jesus como “o filho do carpinteiro”, indicando que José trabalhava com madeira e possivelmente também com pedras, uma profissão respeitada na época. - Sua presença na infância de Jesus
José acompanhou Maria e Jesus ao Templo de Jerusalém (Lucas 2:22-24) para a apresentação do menino e também quando Jesus, aos 12 anos, ficou no templo discutindo com os doutores da Lei (Lucas 2:41-50). - Seu desaparecimento dos relatos bíblicos
Após os primeiros anos de Jesus, José não é mais mencionado nos Evangelhos, sugerindo que tenha falecido antes do início da vida pública de Cristo.
José teve pelo menos quatro sonhos nos quais Deus lhe enviou mensagens:
- No primeiro (Mateus 1:20-21), um anjo lhe disse para não temer receber Maria como esposa, pois o filho que ela esperava era obra do Espírito Santo.
- No segundo (Mateus 2:13), ele foi orientado a fugir para o Egito com Maria e Jesus para escapar do massacre dos inocentes ordenado por Herodes.
- No terceiro (Mateus 2:19-20), recebeu instruções para voltar do Egito após a morte de Herodes.
- No quarto (Mateus 2:22), foi alertado a se estabelecer em Nazaré, em vez de retornar à Judeia.
A morte de José
A Bíblia não fornece detalhes sobre a morte de José, mas presume-se que ele tenha falecido antes do início do ministério público de Jesus. Isso se deve ao fato de que, nos Evangelhos, Maria aparece sozinha ao lado de Jesus, inclusive durante a crucificação.
A tradição cristã sugere que José morreu em Nazaré, possivelmente de causas naturais, sendo considerado o padroeiro da boa morte, por se crer que faleceu nos braços de Jesus e Maria.
Sua figura continua sendo reverenciada por fiéis em todo o mundo, sendo celebrado em 19 de março e 1º de maio, datas dedicadas a ele pela Igreja.