Há mais de cem anos, o Dia Internacional da Mulher representa a luta e as demandas por direitos femininos. O 8 de março é uma oportunidade para refletir sobre as conquistas alcançadas, mas também para reforçar o combate ao sexismo e às desigualdades de gênero, que ainda persistem.
Entenda como a data surgiu, a partir de reivindicações de mulheres trabalhadoras, e o que levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a incorporá-la ao seu calendário internacional.
A origem do 8 de março
A ideia original de uma data comemorativa para as mulheres surgiu em 1909, a partir do Partido Socialista dos Estados Unidos. Porém, foi na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em agosto de 1910, em Copenhague, que a alemã Clara Zetkin abriu uma votação sobre o princípio de um Dia Internacional, sem data definida.
As reivindicações das mulheres contra a discriminação no emprego e pelo direito ao voto cresciam nos países industrializados. O movimento sufragista para reivindicar o direito ao voto para as mulheres nasceu em 1903 no Reino Unido, onde elas obtiveram o direito de votar (a partir dos 30 anos) em 1918.
Dia da Mulher: a primeira edição
A primeira celebração do Dia da Mulher ocorreu em 19 de março de 1911, quando mais de um milhão de pessoas participaram de protestos em defesa dos direitos das mulheres na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça.
Nos primeiros anos, a data esteve fortemente associada aos movimentos operário e socialista. Em 1914, no dia 8 de março, mulheres socialistas se reuniram em Berlim para reivindicar, entre outras demandas, o direito ao voto. Esse evento é considerado a primeira manifestação marcante do 8 de março.
A relação com a Revolução Russa
Com a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, o Dia da Mulher encontrou um novo começo na Rússia. Em 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário russo), ocorreram manifestações em São Petersburgo de operárias exigindo pão e o retorno dos homens do front.
Foi o primeiro ato dos acontecimentos que levaram à abdicação do czar e à Revolução Russa. Em homenagem a este “primeiro dia da Revolução Russa”, Lênin teria designado esta data como o dia oficial de celebração para as mulheres. Depois da Segunda Guerra Mundial, o dia 8 de março tornou-se em todos os países do bloco socialista uma celebração da mulher e do comunismo.
A internacionalização do 8 de março
No início da década de 1970, os movimentos feministas ocidentais aproveitaram essa data simbólica para fortalecer as reivindicações por direitos políticos e sociais iguais, pela legalização do aborto e pela igualdade no mercado de trabalho. Em 1977, a ONU, junto com outras organizações internacionais, fez do 8 de março o Dia Internacional da Mulher.