HiperHistóriaHistóriaCarlota Joaquina: a rainha inventou a caipirinha?

Carlota Joaquina: a rainha inventou a caipirinha?

Carlota Joaquina, Rainha Consorte de Portugal e Algarves, depois Rainha Consorte do Brasil, tornou-se notável por seu casamento com o rei d. João VI de Portugal. Inúmeros historiadores afirmam que os dois nem ao menos se gostavam. E, entre as nove gestações da rainha, existiram inúmeras suposições de adultério, tanto pelo lado da mulher quanto pelo de seu marido. 

Porém, Dona Carlota também ficou conhecida por supostamente ter criado uma das paixões nacionais: a caipirinha. A origem da bebida é frequentemente atribuída à rainha, que teria ordenado a mistura de frutas com cachaça com a intenção de preparar compotas. No entanto, ao consumir a mistura com gelo para se refrescar, a prática se popularizou e acabou se tornando uma tendência.

“Na Torre do Tombo, em Lisboa, um documento aponta que eram consumidas muitas unidades de aguardente de cana por mês, a maioria destinada ao quarto e à cozinha de Carlota”, diz a historiadora Ana Roldão ao jornal Folha de S. Paulo.

“Ela tomava aguardente misturada com sucos de frutas frescas, pois sofria demais com o calor brasileiro. Tinha necessidade de hidratar o corpo. Mas não adianta só dizer que ela era pinguça. No cruzamento de informações, percebe-se que a alimentação das mulheres era carregada nos doces, o que explica [o alto consumo], porque a aguardente era usada para conservar compotas de fruta”, conclui.

Carlota Joaquina era conhecida como a “megera de Queluz”

A rainha que inventou a caipirinha
Carlota Joaquina de Bourbon (1825) – Retrato de Luis de la Cruz

Além de ter um relacionamento conturbado com D. João VI, Carlota Joaquina sempre apoiou seu filho, D. Miguel, em um golpe de Estado contra o próprio pai na década de 1820. Após o fracasso dessa última trama contra D. João, houve o evento da Abrilada, resultando na expulsão dela da corte e no exílio de Dom Miguel. O marido de Carlota — e seu grande inimigo, no fim das contas — faleceu em 1826. 

Carlota não recebeu nenhum cargo no novo governo do filho, o rei Miguel I, aclamado em 1828. Isolada e cada vez mais sem aliados, ela se manteve presa no Palácio de Queluz, até o fim da vida, amargurada e deprimida, quando ganhou a alcunha de “a megera de Queluz”. Cada vez mais, Carlota era esquecida pelas cortes e pelo povo, o que a entristecia.

Afastada dos filhos e isolada, Carola Joaquina morreu alguns anos depois, no dia 8 de janeiro de 1830, e está enterrada ao lado do marido, no mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa. De seu casamento, com D. João VI nasceram nove filhos, dos quais três eram homens.

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