Um dos símbolos do sertão, ao lado do mandacaru, o umbuzeiro é uma árvore de pequeno porte, pertencente à família das anacardiáceas, de copa larga, originária dos chapadões semiáridos do Nordeste brasileiro, que se destaca por fornecer sombra e aconchego.

O umbuzeiro conserva água em sua raiz, podendo chegar a armazenar até mil litros, e, além disso, produz uma batata, que, em época de grande estiagem, é utilizada como alimento. O umbuzeiro vive em média 100 anos, e é considerado um símbolo de resistência.

Características do umbuzeiro

Assim como a maioria das plantas na caatinga, o umbuzeiro possui grande resistência à seca, tendo, assim, todas suas folhas perdidas nos períodos de estiagem, mas que, contudo, voltam a florescer nas primeiras chuvas.

Sendo assim, a floração desta planta ocorre no fim da estação de estiagem e, seu período de frutificação, estende-se por todo o período chuvoso. Seu fruto é conhecido como umbu ou imbu e possui grande importância econômica, uma vez que são bastante comercializados in natura.

Suas folhas e raízes também podem ser utilizadas para alimentação e, além disso, a água armazenada nesta última é utilizada na medicina popular.

Sua majestade, o umbuzeiro
Spondias tuberosa L., popularmente conhecido como umbuzeiro e imbuzeiro – Foto: Gildasio Oliveira

Além da importância econômica, a planta que produz umbu apresenta grande valor ecológico, fornecendo recursos florais, tais como néctar e pólen, bem como local de nidificação para algumas abelhas e pássaros.

Suas folhas, de grande valor alimentício, com gosto “azedinho”, também são usadas como alimento pelos seres humanos. O fruto do umbuzeiro é denominado umbu ou imbu.

Umbu, o fruto agridoce marca do sabor sertanejo

O fruto é muito apreciado e consumido, tanto pelo homem como pela fauna, possuindo um caroço revestido por uma suculenta polpa e, na superfície, por uma película esverdeada, tendendo, à medida que amadurece, para a cor amarela.

O umbu tem, em média, de três a quatro centímetros de diâmetro. Muito rico em vitamina C e com característico sabor azedinho, o umbu, além de ser consumido ao natural, é utilizado em preparos culinários, como sorvetes, geleias, doces e umbuzada, iguaria preparada com leite e açúcar, muito apreciada no Nordeste do Brasil.

O frutos são indeiscentes do tipo drupa, apresenta como monocárpico, monoespérmico, com endocarpo endurecido, formando um caroço – semente – no centro.

Sua majestade, o umbuzeiro
Umbu fruto aberto e fechado em fundo preto – Foto: Rodrigo Argenton/Wikimedia Commons

Levemente pilosos, arredondados e carnosos, os frutos apresentam um verde-amarelado, com polpa doce e aromática, variando o peso de 5,5 a 130 g e o diâmetro entre 2cm a 4cm.

O caroço (ou endocarpo) tem consistência denso-fibroso, sendo muito resistente devido a formação de três camadas, expondo ainda orifícios pelo qual haja a penetração da água e a saída do broto. É no interior do encodocarpo que se encontra a semente propriamente dita.

Etimologia e ocorrência

Conhecido como “imbu” ou “umbu”, provém do termo tupi ïm’bu (ou im’bur), significa “que faz brotar água”. Nos tempos do Brasil Colônia, era chamado de ambu, imbu e ombu.

A fruta possui nomes vulgares pelo Brasil, por exemplo, Alagoas, imbu e imbuzeiro; na Bahia, imbu, umbu e umbuzeiro; no Ceará, ambu, embu, imbu, imbuzeiro, ombu e umbuzeiro; na Paraíba, imbuzeiro e umbuzeiro; no Piauí e em Sergipe, imbuzeiro e umbuzeiro; e em Pernambuco, imbu, imbuzeiro, umbu e umbuzeiro.

Potencial para a agropecuária

A importância econômica da pecuária nordestina vem se estabelecendo consideravelmente nesses últimos anos, mesmo sob condições climáticas desfavoráveis, como poucos índices de chuvas e altas temperaturas.

O nordeste possui uma grande diversidade em espécies forrageiras em seus três estratos: herbáceo, arbustivo e arbóreo. Diante disso, pode-se notar a grande capacidade de utilização dessas espécies na dieta alimentar dos animais domésticos (bovinos, caprinos, ovinos, suínos, dentre outros).

As folhas do umbuzeiro, devido ao seu valor nutricional, constituem uma alternativa forrageira muito importante para a alimentação de caprinos e ovinos no semiárido nordestino, especialmente no período seco. A folha, tanto verde, quanto seca, é uma fonte fornecedora de nutrientes, principalmente energia e proteína, que são necessários ao atendimento das exigências de mantença e produção animal.